sexta-feira, 19 de outubro de 2012

SEU AMOR LEAL




O coração do Pai era o esconderijo de Jesus, um lugar fortalecido e protegido em que Deus se fazia próximo, em que se renovava a intimidade do deserto, onde jamais morriam a confiança, o amor e a percepção que tinha de si mesmo, sendo todos esses, antes, continuamente reacesos. Em momentos de oposição, de rejeição,
de ódio e de perigo, ele se retirava para aquele esconderijo em que era amado. Em momentos de fraqueza e temor, nasciam lá uma força e uma inabalável perseverança. 
Diante das incompreensões e das desconfianças que só aumentavam, apenas o Pai o compreendia. “... Ninguém sabe quem é o Filho, a não ser o Pai...” (Lc 10:22). 
Os fariseus conspiraram secretamente para destruí-lo; os amigos das horas boas estenderam a outros seu compromisso de lealdade; um discípulo o negou e outro o traiu; mas nada podia afastar Jesus do amor do Pai. Na reclusão dos lugares desertos, ele marcava encontros com El Shadai, e é difícil imaginar o que
aqueles momentos significavam para ele. Mas de uma coisa podemos estar certos: eram profundamente reforçadas a identidade e a percepção — originais, crescentes e definitivas — de Jesus como Filho, Servo e Amado do Pai. Nada pode prejudicar a proclamação das boas notícias acerca da vida eterna nem impedir que se ajudem as pessoas num modo de vida que lhes permita crescer em direção à eternidade — um caminho de paz e justiça, com espaço para que a dignidade humana seja reconhecida e o amor floresça.
Graças ao grande amor do SENHOR é que não somos consumidos,
pois as suas misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã; grande é a sua fidelidade! Lamentações 3:22-23

MEDITAÇÕES PARA MALTRAPILHOS
Brennan Manning

traduzido por Fabiani Medeiros
São Paulo: Mundo Cristão, 2008.